Název: O medo en abîme : o fantástico à luz do realismo no conto "Sem Olhos" de Machado de Assis
Variantní název:
- Fear in abîme : the fantastic in the light of realism in Machado de Assis's short story "Sem Olhos"
Zdrojový dokument: Études romanes de Brno. 2019, roč. 40, č. 2, s. 25-39
Rozsah
25-39
-
ISSN1803-7399 (print)2336-4416 (online)
Trvalý odkaz (DOI): https://doi.org/10.5817/ERB2019-2-3
Trvalý odkaz (handle): https://hdl.handle.net/11222.digilib/141589
Type: Článek
Jazyk
Licence: CC BY-SA 4.0 International
Upozornění: Tyto citace jsou generovány automaticky. Nemusí být zcela správně podle citačních pravidel.
Abstrakt(y)
Este artigo examina o conto "Sem Olhos" (1876–77) de Machado de Assis a fim de discutir como nele o autor explora uma estrutura narrativa recorrente nos contos de horror do século XIX europeu para discretamente engendrar uma crítica às relações sociais pequeno-aristocráticas e pequeno-burguesas que são o objeto primário da sua estética realista. Sob um viés impressionista que toma o inquietante freudiano como parâmetro afetivo e estético, mas sem jamais se reduzir a ele, esta discussão busca enfim mostrar como o autor revisa um princípio de credibilidade comum nesses contos para criar uma espécie de "medo en abîme": o relato sombrio do protagonista do conto estrutura um medo diante do sobrenatural, mas, ao invés de terminar como um fim em si mesmo, esse medo acaba por suscitar nos demais personagens um segundo medo, um medo natural, relativo às violências potenciais que coordenam as suas vidas em sociedade.
This article examines Machado de Assis's short story "Sem Olhos" (1876–77) to discuss how he explores a narrative structure frequently found in horror narratives of the European 19th century as mediation for a criticism of the social relations that characterize the lower aristocracies and bourgeoisies typically represented in his realist aesthetics. From an impressionistic perspective that takes the Freudian uncanny as an affective and aesthetic parameter – without, however, being restricted to it –, this discussion seeks to show how the writer revises a credibility principle common to many of these stories to create some sort of "fear en abîme": the main character's narrative structures a fear of the supernatural, but, instead of being an end in itself, this fear incites in the other characters a second fear, a natural fear, related to the potential acts of violence that coordinate their lives in society.
Reference
[1] Benson, R. H. (1992). Father Macclefield's Tale. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 459–467). Oxford: Oxford University Press.
[2] Cochrane, K. (2013). Ghost Stories: Why the Victorians Were so Spookily good at Them. In The Guardian. https://www.theguardian.com/books/2013/dec/23/ghost-stories-victorians-spookily-good
[3] Crestani, J. L. (2006). A Colaboração de Machado de Assis no 'Jornal das Famílias': Subordinações e Subversões. Patrimônio e Memória, 2 (1), 146–175.
[4] Freud, S. (2010). O inquietante. In Freud (1917–1920): "O Homem dos Lobos" e Outros Textos (pp. 329–376). São Paulo: Companhia das Letras.
[5] Hogle, J. E. (2002). Introduction: the Gothic in Western Culture. In The Cambridge Companion to Gothic Fiction (pp. 1–20). Cambridge: Cambridge University Press.
[6] Le Fanu, J. S. (1992). An Account of Some Strange Disturbances in Aungier Street. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 19–36). Oxford: Oxford University Press.
[7] Machado de Assis, J. M. (1876). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 356–360.
[8] Machado de Assis, J. M. . (1877a). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 44–49.
[9] Machado de Assis, J. M. . (1877b). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 41–49.
[10] Magalhães Jr., R. (1973). Contos Fantásticos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Edições Bloch.
[11] Millington, T. S. (1992). No Living Voice. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 190–197). Oxford: Oxford University Press.
[12] Molesworth, M. L. (1992). The Story of the Rippling Train. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 319–327). Oxford: Oxford University Press.
[13] Tolstói, A. (2005). A Família do Vurdalak. In Contos de Horror do Século XIX (pp. 25–50). São Paulo: Companhia das Letras.
[14] Watt, R. J. C. (2000). Hopkins and the Gothic Body. In Victorian Gothic: Literary and Cultural Manifestations in the Nineteenth Century (pp. 60–89). Hampshire: Palgrave.
[2] Cochrane, K. (2013). Ghost Stories: Why the Victorians Were so Spookily good at Them. In The Guardian. https://www.theguardian.com/books/2013/dec/23/ghost-stories-victorians-spookily-good
[3] Crestani, J. L. (2006). A Colaboração de Machado de Assis no 'Jornal das Famílias': Subordinações e Subversões. Patrimônio e Memória, 2 (1), 146–175.
[4] Freud, S. (2010). O inquietante. In Freud (1917–1920): "O Homem dos Lobos" e Outros Textos (pp. 329–376). São Paulo: Companhia das Letras.
[5] Hogle, J. E. (2002). Introduction: the Gothic in Western Culture. In The Cambridge Companion to Gothic Fiction (pp. 1–20). Cambridge: Cambridge University Press.
[6] Le Fanu, J. S. (1992). An Account of Some Strange Disturbances in Aungier Street. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 19–36). Oxford: Oxford University Press.
[7] Machado de Assis, J. M. (1876). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 356–360.
[8] Machado de Assis, J. M. . (1877a). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 44–49.
[9] Machado de Assis, J. M. . (1877b). Sem Olhos. Jornal das Famílias, 41–49.
[10] Magalhães Jr., R. (1973). Contos Fantásticos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Edições Bloch.
[11] Millington, T. S. (1992). No Living Voice. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 190–197). Oxford: Oxford University Press.
[12] Molesworth, M. L. (1992). The Story of the Rippling Train. In M. Cox, & R. A. Gilbert (Eds.), The Oxford Book of Victorian Ghost Stories (pp. 319–327). Oxford: Oxford University Press.
[13] Tolstói, A. (2005). A Família do Vurdalak. In Contos de Horror do Século XIX (pp. 25–50). São Paulo: Companhia das Letras.
[14] Watt, R. J. C. (2000). Hopkins and the Gothic Body. In Victorian Gothic: Literary and Cultural Manifestations in the Nineteenth Century (pp. 60–89). Hampshire: Palgrave.