Nasalização heterossilábica de [a] no português de São Tomé e Príncipe

Název: Nasalização heterossilábica de [a] no português de São Tomé e Príncipe
Variantní název:
  • Heterosyllabic nasalization of [a] in São Tomé and Príncipe Portuguese
Zdrojový dokument: Études romanes de Brno. 2021, roč. 42, č. 1, s. 303-325
Rozsah
303-325
  • ISSN
    1803-7399 (print)
    2336-4416 (online)
Type: Článek
Jazyk
 

Upozornění: Tyto citace jsou generovány automaticky. Nemusí být zcela správně podle citačních pravidel.

Abstrakt(y)
O objetivo deste artigo é descrever e analisar o processo de nasalização heterossilábica da vogal baixa [a] nas variedades de português faladas em São Tomé e Príncipe (STP): o português vernacular santomense e o português vernacular principense. STP é um país multilíngue onde, além do português, são faladas línguas crioulas, dentre as quais o santome e o lung'Ie. Com base em uma abordagem metodológica experimental, realizamos análises acústicas e perceptuais que abarcaram a mensuração da duração dos segmentos sob análise, assim como a mensuração dos formantes que os compunham. Esse exame foi acompanhado por uma análise fonológica que considerou aspectos como acento e formação do pé dos itens nos quais a nasalização heterossilábica foi implementada. Os resultados indicam que a nasalização heterossilábica é opcional para a vogal baixa em posição tônica, demarcando uma diferença em relação ao português europeu e brasileiro, variedades nas quais esse processo é obrigatório em contextos similares. Este resultado demonstra uma aproximação em relação às línguas autóctones e caracterizam as variedades estudadas como singulares.
This study describes and analyzes the low vowel [a] heterosyllabic nasalization processes in two Portuguese varieties spoken in São Tomé and Príncipe (STP): the Santomean vernacular Portuguese and the Principense vernacular Portuguese. STP is a multilingual country where, in addition to Portuguese, creole languages are spoken, including Santome and Lung'Ie. Based on an experimental methodological approach, we performed acoustic and perceptual analyses that included measuring the duration of the segments under analysis and the formants that comprised them. In addition, this research contains a phonological study that considers primary stress and formation of foot in which heterosyllabic nasalization occurs. The results indicate that heterosyllabic nasalization is optional for the low vowel in a stressed position, marking a difference concerning European and Brazilian Portuguese, varieties in which this process is mandatory in similar contexts. These results suggest an approximation to the native languages and characterize the studied varieties as distinct.
Note
Agradecimentos: Amanda Macedo Balduino agradece à FAPESP (15/25332–1) pelo financiamento. Gabriel Antunes de Araujo agradece à Universidade de Macau (bolsa SRG-2019–00153-FAH), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de produtividade nº 310463/2016–5 e à Universidade de São Paulo. Ana Lívia Agostinho e Manuele Bandeira agradecem ao CNPq, processo: 200519/2019-0 e processo: 150051/2018-2, respectivamente.
Reference
[1] Agostinho, A. L. (2015). Fonologia e Método Pedagógico do lung'Ie. (PhD). Universidade de São Paulo, São Paulo.

[2] Agostinho, A. L. (2016). Fonologia do Lung'Ie. Muenchen: LINCOM.

[3] Agostinho, A. L.; Balduino, A. M.; & Araujo, G. A. de. (2020). Nasalization processes in Lung'Ie. Alfa, 64, 1, 1–27. https://doi.org/10.1590/1981–5794-e11574 | DOI https://doi.org/10.1590/1981–5794-e11574 |

[4] Agostinho, A. L.; & Hyman, L. M. (2021). Word Prosody in Lung'Ie: One System or Two? Probus, 33, 1, 57–93. https://doi.org/10.1515/PRBS-2021-0002 | DOI 10.1515/PRBS-2021-0002

[5] Albano, E. (2017). Fonologia de Laboratório. In D. d. Hora, & C. L. Matzenauer (Eds.), Fonologia, fonologias (pp. 169–182). São Paulo: Contexto.

[6] Araujo, G. A. de. (2020). Há uma política linguística para o português em São Tomé e Príncipe? In S. Souza, & F. C. Olmo (Eds.), Línguas em português. A Lusofonia numa visão Crítica (vol. 1) (pp. 173–197). Porto: University of Porto Press.

[7] Araujo, G. A. de.; & Balduino, A. M. (2019). Nasalização Vocálica no Português Urbano de São Tomé e Príncipe. Diacrítica, 33, 2, 41–68. https://doi.org/10.21814/diacritica.256 | DOI https://doi.org/10.21814/diacritica.256 |

[8] Balduino, A. M. (2018). A nasalidade no português de São Tomé e Príncipe. (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

[9] Bandeira, M. (2017). Reconstrução fonológica e lexical do protocrioulo do Golfo da Guiné. (PhD). Universidade de São Paulo, São Paulo.

[10] Barbosa, P.; & Madureira, S. (2015). Manual de Fonética Acústica e Experimental. São Paulo: Cortez Editora.

[11] Baxter, A. N. (2002). Semicreolization? The restructured Portuguese of the Tongas of São Tomé, a consequence of L1 acquisition in a special contact situation. Journal of Portuguese Linguistics, 1, 1, 7–39. http://doi.org/10.5334/jpl.47 | DOI http://doi.org/10.5334/jpl.47 |

[12] Baxter, A. N. (2018). O Português dos Tongas de São Tomé. In M. S. D. Oliveira, & G. A. de. Araujo (Eds.), O Português na África Atlântica. São Paulo: Humanitas/FAPESP.

[13] Bisol, L. (1992). O acento e o pé métrico binário. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 22, 69–80. https://doi.org/10.20396/cel.v22i0.8636897 | DOI https://doi.org/10.20396/cel.v22i0.8636897 |

[14] Bisol, L. (1994). O acento e o pé métrico. Letras de Hoje, 29, 4, 25–36.

[15] Boersma, P.; & Weenick, D. (2015). Praat: doing phonetics by computer (Version 5.4.08 ). < http://www.praat.org>

[16] Bonvini, E. (2008). Línguas africanas e português falado no Brasil. In J. L. Fiorin, & M. Petter (Eds.), África no Brasil: a formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto.

[17] Câmara Jr., J. M. (1970). Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes.

[18] Christofoletti, A. (2013). Ditongos no português de São Tomé e Príncipe. (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

[19] Ewen, J. C.; & Hulst, H. v. d. (2001). The phonological structure of words: an introduction. Cambridge: Cambridge University Press.

[20] Figueiredo, C. (2010). A concordância plural variável no sintagma nominal do português reestruturado da comunidade de Almoxarife, São Tomé. Português. Universidade de Macau. Macau.

[21] Figueiredo, C. (2014). Português de Almoxarife, São Tomé: sentenças relativas com relativizadores ku e com. Filologia e Linguística Portuguesa, 16, 2, 277–309. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176–9419.v16i2p277–309 | DOI http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176–9419.v16i2p277–309 |

[22] Gonçalves, R. (2010). Propriedade de Subcategorização verbal no português de S. Tomé. (Mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa.

[23] INE. (2012). Instituto Nacional de Estatística: São Tomé e Príncipe em Números.

[24] Kent, R.; & Read, C. (2015). Análise Acústica da Fala. São Paulo: Cortez Editora.

[25] Lao, S. (2020). Variação da Nasalização Regressiva Heterossilábica em Portugal Continental. (Master). Universidade de Lisboa,

[26] Lao, S.; Rodrigues, C.; & Bressos, F. (2020). Nasalização regressiva heterossilábica (NRH) da vogal /a/ acentuada em PE. Revista da Associação Portuguesa de Linguística, 11, 7, 295–314. | DOI 10.26334/2183-9077/rapln7ano2020a18

[27] Lucchesi, D.; & Baxter, A. N. (2009). A transmissão linguística irregular. In O português afro-brasileiro (pp. 101–124). Salvador: EDUFBA.

[28] Magalhães, J.; & Battisti, E. (2017). Fonologia Métrica. In D. d. Hora, & C. L. Matzenauer (Eds.), Fonologia, fonologias (pp. 169–182). São Paulo: Contexto.

[29] Mateus, M. H.; & D'Andrade, E. (2000). The Phonology of Portuguese. Oxford: Oxford University Press.

[30] Medeiros, B. (2007). Vogais nasais do português brasileiro: reflexões preliminares de uma revista. Revista Letras, 72, 165–188. | DOI 10.5380/rel.v72i0.7460

[31] Miguel, M. A. C. (2006). Vogais nasais e nasalizadas: uma falsa questão? Paper presented at the I Encontro de Estudos Dialectológicos.

[32] Moraes, J. (2003). Produção e percepção das vogais nasais. In B. Abaurre (Ed.), Gramática do português culto falado no Brasil: a construção fonológica da palavra (vol. 2) (pp. 92–112). São Paulo: Contexto.

[33] Moraes, J.; & Wetzels, W. L. (1992). Sobre a duração dos segmentos vocálicos nasais e nasalizados em português: um exercício de fonologia experimental. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 23, 153–166. https://doi.org/10.20396/cel.v23i0.8636851 | DOI https://doi.org/10.20396/cel.v23i0.8636851 |

[34] Ohala, J. (1995). Experimental Phonology. In J. Goldsmith (Ed.), A Handbook of Phonological Theory. Oxford: Blackwell.

[35] Souza, L. C. d. S.; & Pacheco, V. (2012). Uma análise acústica das vogais orais, nasais e nasalizadas do dialeto de Vitória da Conquista, Bahia. Signum: Estudos Linguísticos, 15, 401–432. | DOI 10.5433/2237-4876.2012v15n2p401

[36] Wetzels, W. L. (1997). The lexical representation of nasality in Brazilian Portuguese. Probus, 9, 2, 1–34. https://doi.org/10.1515/prbs.1997.9.2.203 | DOI https://doi.org/10.1515/prbs.1997.9.2.203 |