Název: Memória, espaço e colonização. Ruturas e continuidades na ficção portuguesa pós-colonial: Lídia Jorge, Mário Cláudio, e Isabela Figueiredo
Variantní název:
- Memory, space and colonization. Ruptures and continuities in post-colonial Portuguese fiction: Lídia Jorge, Mário Cláudio, and Isabela Figueiredo
Zdrojový dokument: Études romanes de Brno. 2021, roč. 42, č. 1, s. 283-301
Rozsah
283-301
-
ISSN1803-7399 (print)2336-4416 (online)
Trvalý odkaz (DOI): https://doi.org/10.5817/ERB2021-1-15
Trvalý odkaz (handle): https://hdl.handle.net/11222.digilib/144091
Type: Článek
Jazyk
Licence: CC BY-SA 4.0 International
Upozornění: Tyto citace jsou generovány automaticky. Nemusí být zcela správně podle citačních pravidel.
Abstrakt(y)
Partindo de uma discussão dos contextos que suscitaram, nos últimos anos, um espaço público de debate aumentado em torno da problemática da descolonização dos espaços Africanos ocupados pelo regime português até ao termo do Estado Novo, o presente ensaio visa promover uma reflexão em torno da noção de 'território' que é produzida por sucessivas gerações de autores de nacionalidade portuguesa. Após revisitar os principais argumentos teóricos referentes ao que tem vindo a ser enquadrado nos termos da "especificidade" (ou ausência dela) da ocupação colonial do regime português em África, com destaque para as posições defendidas pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos e os debates que estas suscitaram em anos recentes, proponho aqui uma releitura de Costa dos Murmúrios (Lídia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mário Cláudio, 1992), e Caderno de Memórias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), privilegiando aproximações contrapontísticas e leituras rentes ao texto como forma de problematização dos imaginários espaciais construídos nestas narrativas.
Starting with a discussion of the recent debates surrounding the decolonization of Portuguese occupied territories in Africa up until the end of the Estado Novo regime, this essay aims at promoting a reflection around the notion of 'territory' as it was deployed by successive generations of Portuguese authors. After revisiting the major tenets of the scholarship referring to the 'specificity' (or lack thereof) of settler colonialism by Portuguese in Africa, with a focus on the positions sustained by the sociologist Boaventura de Sousa Santos and the ensuing debates, I propose here alternative interpretations of the novels Costa dos Murmúrios (Lídia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mário Cláudio, 1992), and Caderno de Memórias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), favoring contrapuntal approaches and close readings as a way of problematizing spatial imaginaries promoted by these narratives.
Note
À Professora Doutora Leonor Simas-Almeida, sob cuja orientação nasceu a versão inicial deste estudo, deixo aqui o meu público agradecimento. Pela leitura sempre atenta e minuciosa, pelos comentários, sugestões, e pelo extenso diálogo, sempre exigente, o meu muito obrigado.
Reference
[1] Alves, M. T. A. (2001). De Viagens e de Viajantes ou a Invenção Literária na Reconstrução da Memória Portuguesa. LATITUDES, Cahiers lusophones, 13, 46–48.
[2] Cabral, M. M. A. L. (1997). A Costa dos Murmúrios de Lídia Jorge: Inquietação Pós-. -Moderna. Revista da Faculdade de Letras do Porto, XIV, 265–87.
[3] Cláudio, M. (2010). Tocata para dois clarins. Lisboa: Leya/Dom Quixote.
[4] Cunha, C. M. F. da (s.d. [2010]). A Questão da 'Especificidade' do Pós-colonialismo Português. In VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas. Universidade do Minho 2009/2010. http://ceh.ilch.uminho.pt/Pub_Carlos_Cunha%20.pdf
[5] Ferreira, A. P. (2007). Specificity without exceptionalism: Towards a Critical Lusophone Postcoloniality. In P. de Medeiros (Ed.), Lusophone Literatures and Postcolonialism (pp. 21–40). Utrecht: University of Utrecht, Portuguese Studies Center.
[6] Ferreira, A. P. (2012). Caliban's Travels. In S. Khan, A. M. Dias Martins, H. Owen, & C. Ramos Villar (Eds.), The Lusotropical Tempest: Postcolonial Debates in Portuguese (pp. 29–42). Bristol: University of Bristol/Department of Hispanic, Portuguese and Latin American Studies.
[7] Ferreira, A. P. (2016). Articulações para um pós-colonialismo em calão do Sul global. In A. Sousa Ribeiro, & M. Calafate Ribeiro (Eds.), Geometrias da memória: configurações pós-coloniais (pp. 145–165). Lisboa: Edições Afrontamento.
[8] Figueiredo, I. (2010). Caderno de Memórias Coloniais. Coimbra: Angelus Novus.
[9] Figueiredo, M. (2007). A ficção de um fragmento e o fragmento de uma ficção: As batalhas de Mário Cláudio e Eça de Queirós. Scripta, 11, 20, 259–271.
[10] Hirsch, M. (2012). The Generation of Postmemory: Writing and Visual Culture After the Holocaust. New York: Columbia University Press.
[11] Jorge, L. (1989). A Costa dos Murmúrios. Lisboa: Dom Quixote.
[12] Jorge, S. R. (2015). As fotografias de um caderno: passeio pelas memórias coloniais de Isabela Figueiredo. Revista Metamorfoses, 13, 2, 54–64.
[13] Kansteiner, W. (2002). Finding Meaning in Memory: A Methodological Critique of Collective Memory Studies. History and Theory, 41, 179–197. | DOI 10.1111/0018-2656.00198
[14] Klobucka, A. M. (Ed.) (2014). Gender, Empire, and Postcolony: Luso-Afro-Brazilian Intersections. New York: Palgrave Macmillan.
[15] Luís, C. S. G. X (2018). Mário Cláudio e o estilo biográfico. Revista do CESP, 38, 59, 49–70.
[16] Medeiros, P. de (1996). Beyond the Looking Glass of Empire: The Colonization of Portuguese Literature. In M. T. Carroll (Ed.), No Small World: Visions and Revisions of World Literature (pp. 43–57). Urbana, Illinois: National Council of Teachers of English.
[17] Medeiros, P. de (1999). Memória Infinita. Portuguese Literary and Cultural Studies, 2, 61–77.
[18] Medeiros, P. de (2006). Apontamentos para conceptualizar uma Europa pós-colonial. In M. Ribeiro Sanches (Ed.), "Portugal não é um país pequeno" – Contar o 'império' na pós-colonialidade (pp. 339–356). Lisboa: Cotovia.
[19] Mendes, A. C. (2017). Remembering and fictionalizing inhospitable Europe: The experience of Portuguese retornados in Dulce Maria Cardoso's The Return and Isabela Figueiredo's Notebook of Colonial Memories. Journal of Postcolonial Writing, 53, 6, 729–742. | DOI 10.1080/17449855.2017.1353538
[20] Pina, M. da G. G. de (2013). Atravessar as fronteiras do solipsismo. In Frontiere: soglie e interazioni. I linguaggi ispanici nella tradizione e nella contemporaneità. Atti del XXVI Convegno dell'Associazione Ispanisti italiani (Trento, 27–30 ottobre 2010) (vol. 1) (pp. 307–318). Università degli Studi di Trento: Dipartimento di Lettere e Filosofia.
[21] Ribeiro, M. C. (s/d). A propósito de Caderno de Memórias Coloniais. [texto distribuído pela editora, Angelus Novus, no respetivo web site]
[22] Ribeiro, M. C. (2006). As ruínas da casa portuguesa em Os Cus de Judas e em O Esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes. In "Portugal não é um país pequeno", 43–62.
[23] Rita, A. (2015). Tocata entre núpcias e Requiem. In C. S. Gomes Xavier Luís, A. A. da Costa Luís, & M. Real (Eds.), Mário Cláudio e a Portugalidade (pp. 85–91). Setúbal: Edições Fénix, Universidade da Beira Interior, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, Universidade Federal Fluminense – Universita degli Studi di Perugia.
[24] Santos, B. de S. (2001). Entre Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo, e inter-identidades. In M. I. Ramalho, & A. Sousa Ribeiro (Eds.), Entre ser e estar. Raízes, percursos e discursos da identidade. Porto: Afrontamento.
[25] Silva, D. (2018). Anti-Empire: Decolonial Interventions in Lusophone Literatures. Liverpool: Liverpool University Press.
[26] Simas-Almeida, L. (2019). Invenção da história e imitação dos sentimentos em A Costa dos Murmúrios de Lídia Jorge. In Literatura e Emoções – A Função Hermenêutica dos Afetos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
[2] Cabral, M. M. A. L. (1997). A Costa dos Murmúrios de Lídia Jorge: Inquietação Pós-. -Moderna. Revista da Faculdade de Letras do Porto, XIV, 265–87.
[3] Cláudio, M. (2010). Tocata para dois clarins. Lisboa: Leya/Dom Quixote.
[4] Cunha, C. M. F. da (s.d. [2010]). A Questão da 'Especificidade' do Pós-colonialismo Português. In VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas. Universidade do Minho 2009/2010. http://ceh.ilch.uminho.pt/Pub_Carlos_Cunha%20.pdf
[5] Ferreira, A. P. (2007). Specificity without exceptionalism: Towards a Critical Lusophone Postcoloniality. In P. de Medeiros (Ed.), Lusophone Literatures and Postcolonialism (pp. 21–40). Utrecht: University of Utrecht, Portuguese Studies Center.
[6] Ferreira, A. P. (2012). Caliban's Travels. In S. Khan, A. M. Dias Martins, H. Owen, & C. Ramos Villar (Eds.), The Lusotropical Tempest: Postcolonial Debates in Portuguese (pp. 29–42). Bristol: University of Bristol/Department of Hispanic, Portuguese and Latin American Studies.
[7] Ferreira, A. P. (2016). Articulações para um pós-colonialismo em calão do Sul global. In A. Sousa Ribeiro, & M. Calafate Ribeiro (Eds.), Geometrias da memória: configurações pós-coloniais (pp. 145–165). Lisboa: Edições Afrontamento.
[8] Figueiredo, I. (2010). Caderno de Memórias Coloniais. Coimbra: Angelus Novus.
[9] Figueiredo, M. (2007). A ficção de um fragmento e o fragmento de uma ficção: As batalhas de Mário Cláudio e Eça de Queirós. Scripta, 11, 20, 259–271.
[10] Hirsch, M. (2012). The Generation of Postmemory: Writing and Visual Culture After the Holocaust. New York: Columbia University Press.
[11] Jorge, L. (1989). A Costa dos Murmúrios. Lisboa: Dom Quixote.
[12] Jorge, S. R. (2015). As fotografias de um caderno: passeio pelas memórias coloniais de Isabela Figueiredo. Revista Metamorfoses, 13, 2, 54–64.
[13] Kansteiner, W. (2002). Finding Meaning in Memory: A Methodological Critique of Collective Memory Studies. History and Theory, 41, 179–197. | DOI 10.1111/0018-2656.00198
[14] Klobucka, A. M. (Ed.) (2014). Gender, Empire, and Postcolony: Luso-Afro-Brazilian Intersections. New York: Palgrave Macmillan.
[15] Luís, C. S. G. X (2018). Mário Cláudio e o estilo biográfico. Revista do CESP, 38, 59, 49–70.
[16] Medeiros, P. de (1996). Beyond the Looking Glass of Empire: The Colonization of Portuguese Literature. In M. T. Carroll (Ed.), No Small World: Visions and Revisions of World Literature (pp. 43–57). Urbana, Illinois: National Council of Teachers of English.
[17] Medeiros, P. de (1999). Memória Infinita. Portuguese Literary and Cultural Studies, 2, 61–77.
[18] Medeiros, P. de (2006). Apontamentos para conceptualizar uma Europa pós-colonial. In M. Ribeiro Sanches (Ed.), "Portugal não é um país pequeno" – Contar o 'império' na pós-colonialidade (pp. 339–356). Lisboa: Cotovia.
[19] Mendes, A. C. (2017). Remembering and fictionalizing inhospitable Europe: The experience of Portuguese retornados in Dulce Maria Cardoso's The Return and Isabela Figueiredo's Notebook of Colonial Memories. Journal of Postcolonial Writing, 53, 6, 729–742. | DOI 10.1080/17449855.2017.1353538
[20] Pina, M. da G. G. de (2013). Atravessar as fronteiras do solipsismo. In Frontiere: soglie e interazioni. I linguaggi ispanici nella tradizione e nella contemporaneità. Atti del XXVI Convegno dell'Associazione Ispanisti italiani (Trento, 27–30 ottobre 2010) (vol. 1) (pp. 307–318). Università degli Studi di Trento: Dipartimento di Lettere e Filosofia.
[21] Ribeiro, M. C. (s/d). A propósito de Caderno de Memórias Coloniais. [texto distribuído pela editora, Angelus Novus, no respetivo web site]
[22] Ribeiro, M. C. (2006). As ruínas da casa portuguesa em Os Cus de Judas e em O Esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes. In "Portugal não é um país pequeno", 43–62.
[23] Rita, A. (2015). Tocata entre núpcias e Requiem. In C. S. Gomes Xavier Luís, A. A. da Costa Luís, & M. Real (Eds.), Mário Cláudio e a Portugalidade (pp. 85–91). Setúbal: Edições Fénix, Universidade da Beira Interior, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, Universidade Federal Fluminense – Universita degli Studi di Perugia.
[24] Santos, B. de S. (2001). Entre Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo, e inter-identidades. In M. I. Ramalho, & A. Sousa Ribeiro (Eds.), Entre ser e estar. Raízes, percursos e discursos da identidade. Porto: Afrontamento.
[25] Silva, D. (2018). Anti-Empire: Decolonial Interventions in Lusophone Literatures. Liverpool: Liverpool University Press.
[26] Simas-Almeida, L. (2019). Invenção da história e imitação dos sentimentos em A Costa dos Murmúrios de Lídia Jorge. In Literatura e Emoções – A Função Hermenêutica dos Afetos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.